Queria ver meu corpo apodrecer. Queria doar todos os meus órgãos, meus olhos que só viram tristeza, meus ouvidos que só ouviram lamurias e minha pela que só sentiu desprezo. Não doaria porém meu coração, esse que a cada dia tento arrancar de meu peito. Ninguém merecia carregar um coração tão amargurado a lacerado, um coração cheio de dor. Quem iria querer? Seria melhor morrer a ter um coração como esses.
Aguardo ansiosamente o efeito esperado com uma boa dose de medo e desolação. Mais um vez tentei uma pequena overdose em mim mesma, mais uma vez atento contra minha própria vida como se não valesse um único tostão...
Ser mais direta me acalma e acalenta, acho mais fácil espera assim, de forma racional meu desfecho. Nem sei se vira verdadeiramente, mas é o que mais gostaria agora.
Meu coração de aquietou, as lágrimas secaram e os dedos correm furtivamente para registar o acontecido.
O melhor seria partir sem dor, ou fugindo dela ao menos. dormir e não mais acordar, ponto e fim, sem choro e nem vela. sem segunda chance de recuperação. rápido e indolor. IN-DO-LOR. Essa é uma palavra tão linda, amo-a, desejo-a profundamente. IN-DO-LOR.
Busquei me distanciar de tais pensamentos, mas o que quero de forma mais sincera é partir sem mais voltar, é alcançar o outro lado, seja ele qual for. E se eu estiver errada e lá for um local de mais dor ainda? Bem, tentar ao menos esgota a curiosidade.
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