sexta-feira, dezembro 17, 2010

A Busca

Ela sabia. Sabia de tudo. Conhecia as regras do jogo. Mas preferiu não lembrar. E a cada rodada era deixada para trás. E guardava dentro de si a vontade de ganhar o jogo. Com um sorriso torto tornava a dizer que estava tudo bem. Era incapaz. Incapaz de gritar toda a verdade, de enfrentar tudo de novo. Esperava demais. Acreditava. Sonhava demais. E um dia simplesmente acordou. E aquela realidade não era a mesma. Não reconhecia nada. As marcas na pele deixadas por um passado perdido. Quem era ela? Não sabia mais. Se sentiu perdida. O seu pior pesadelo. Não acreditava no tempo. Não era mais nada. E começou daí sua busca incessante por um sei lá o que. E como achar o desconhecido? Não acharia, porém nunca contaram isso à ela. Posso não saber o que buscava, enfim sei o que não buscava. No meio de todo aquele caminho jamais buscou companhia. Achou. Jamais buscou longividade. Achou também. E o conjunto de achados no meio de tantos perdidos fizeram-na pensar. A busca nunca terminaria até que se encontrar com uma certa pessoa. Ela. Era o que precisava achar. No meio de tantas buscas, seu tesouro esteve sempre ali. Esteve? O tempo a fez perder em si mesma, até formar confusões de existência. E no meio desse buraco negro de buscas ela acharia o seu eu. Mas e depois? Eu perguntaria ao tempo, ou talvez as palavras, mas estes já não me respodem mais.

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