sexta-feira, abril 15, 2011

A Pilha

E fica sempre aquela vontade de dizer. Apenas isso. Falar-lhe tudo que vinha a mente. Besteira. Besteiras. E aquela vontade infinita foi se tornando cada vez maior, e maior. Tomou-a por inteiro. Era forte, preferia explodir em seu anseio do que externar aquele desejo. Tão simples. As palavras sairiam como tanta facilidade, dançando pela liberdade de seus ouvidos que nem se notaria. Mas que palavras? E desejou não ter nada a dizer. Não seria ouvida, aquela imagem das palavras flutuando como em melodia? Besteira. Persistia. Pois aquela pilha de coisas não ditas se acumularam, ao ponto de, as palavras queriam sair freneticamente por entre o ar tão impuro da cidade. Ah, desejava estar no campo, para encher os pulmões de ar e poder gritar tudo isto em alto e bom tom. Aquele tom tão conhecido, das palavras de aconchego. E fugia. Sempre se desviando da pilha que estava prestes a cair. Que caisse, pensou, só não seja sobre mim. Egoísta. Esqueceu dos outros por um tempo, e quis chutar tudo aquilo para onde já mais tivesse que pensar nisto novamente. E chutou. Com lagrimas, todas aquelas coisas se foram. E a pilha se desefez. Gota por gota. Pedaço por pedaço. Daquele passado que ia sendo deixado para trás. Quando a dor sentiu tomar seu pensamento. Silêncio. E quando a mão enxugou toda aquele sofrimento o sorriso lhe trouxe um nova esperança a qual se crer...

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